YORIMÁ SANTANA

Em nome do belo e de todas as forças que aquecem o coração e nos fazem transpor os muros da desesperança.

Em nome das multidões das mulheres que lutaram e lutam, das que padeceram e padecem, das que pagaram e pagam alto preço pela ousadia de romper o silêncio e gerar as revoluções que hoje estão movimento...

Em nome das dores, do prazer do desafio que acompanha o ser mulher, nas suas múltiplas, diversas possibilidades de expressão, identidade e existência...

em nome da poesia que escorre feito mel, em nome da poesia que precisa ser amarga como fel...amolada como faca, foice e facão.

Eu juro honrar e reconhecer as minhas raízes...Ser árvore frondosa, plantada nos terreiros donde nascem e se conspiram revoluções.

Juro que, consciente do meu poder ancestral, me ajuntarei ao batalhão de mulheres que tomam as ruas, os becos e vielas presenciais e virtuais, sedentas por construir e usufruir de novos mundos...

Juro que, todos os dias, desfrutarei da saborosa tarefa de compreender os caminhos dos desejos, daqueles que existem no universo da alma...dos desejos que transbordam, que extrapolam a pele, que rasgam as mentes estreitas...que povoam sonhos diuturnos e febris...para saber dos desejos que esbandalham as armaduras, as carapaças acumuladas...forjadas pelo arriscado medo gozo e de sermos constantemente, feliz.